terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Sertanejos buscam alternativas para fugir do sol forte e calor que vai além da temperatura dos termômetros


Sertanejos buscam alternativas para fugir do sol forte e calor que vai além da temperatura dos termômetros Quem mora no Sertão da Paraíba tem que procurar alternativas para tentar fugir do sol forte e calor intenso nesta época do ano. Enfrentando uma média de temperatura de 39ºC, os sertanejos buscam meios para aliviar a sensação de calor que, segundo os meteorologistas, vai além da temperatura registrada nos termômetros, devido a pequena quantidade de árvores, o asfaltamento de ruas e muitas construções que restringem o espaço de áreas frias nas cidades.

É justamente no mês de dezembro, quando as temperaturas sobem mais, que, para aliviar a sensação quente, populares ficam mais tempo fora de casa, sentados nas calçadas ou nas praças públicas à noite e durante o dia, com sombrinhas e protetores solares, artigos básicos que não podem faltar. Mas o clima quente também traz um lado positivo e quem ganha com isso são os vendedores e comerciantes que trabalham para consolar a população incomodada com as altas temperaturas.

Há cerca de um mês morando no município de Patos, a estudante de Odontologia Ana Mozzer contou que já perdeu seis quilos depois que saiu de Campina Grande. A estudante explicou que o calor intenso provocou a perda de peso e também já mexeu com o bolso de muitas colegas suas. “Elas dizem que a conta de energia está mais alta por causa do uso de eletrodomésticos como o ventilador”, disse. Em sua casa, as portas e janelas permanecem abertas durante todo o dia e, até na universidade, a preferência são pelas salas climatizadas.

“São dois aparelhos de ar-condicionado por sala e, mesmo com a temperatura dos equipamentos muito baixa, preferimos permanecer nas salas mesmo sem aula, porque o calor fora do ambiente é insuportável”, contou. Ruim para alguns, muito bom para outros, como o técnico em eletrônica, Francisco de Assis Araújo, que afirmou que a demanda para consertos de ventiladores aumentou em mais de 500% nas últimas semanas, resultado das altas jornadas a que são submetidos os aparelhos, além de suas capacidades de utilização.

“Os ventiladores chegam a ficar 24 horas acionados sem interrupção. Ninguém aguenta ficar em casa sem o auxilio deles”, constatou. O técnico está assoberbado de serviços, assim como os vendedores de coco Fernando da Silva e Francisco Vieira, que trabalham nos municípios de Patos e Sousa, respectivamente.

Francisco apostou no ramo há oito meses e agora aproveita os frutos de seu trabalho que aparecem em reais a mais. Enquanto que no início do novo trabalho ele conseguia vender diariamente 50 copos, cada um por R$ 1, nas últimas semanas, passou a vender 80 copos por dia.

No Centro de Patos, Fernando Silva é mais um entre dezenas de vendedores de água de coco que acabaram surgindo nas avenidas Solon de Lucena e Epitácio Pessoa, depois que o clima começou a esquentar. De acordo com ele, a comercialização do produto foi ampliada em mais de 300% e para atender a demanda está recebendo a mercadoria proveniente das Várzeas de Sousa.

A sensação de calor é tão grande na região que os consumidores estão preferindo ir às compras entre o final da tarde e início da noite, aproveitando que o comércio abre suas portas mais cedo por causa do final do ano.

Jp Online

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