Dificuldades para fechar 2012
Segundo Buba, o montante dos recursos, embora pareçam altos, não tem sido suficientes para suprir as necessidades e garantir investimentos em cidades menores. “É uma situação complicada. Estamos fechando o ano com muita dificuldade para cumprir com nossos compromissos e essa é uma realidade nacional. Aflige a todos os prefeitos do país. Os municípios estão com muita dificuldade para fechar o mês de dezembro e mais ainda para pagar o 13º salário”, revelou Buba, que também é prefeito na cidade de Picuí e vai deixar o cargo no próximo dia 31 de dezembro.
FPM é principal fonte de renda
O economista da Associação Transparência Municipal, François Bremaeker, afirmou que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) continua sendo a principal fonte de recursos dos municípios paraibanos e os prefeitos que assumiram mandatos entre 2009 e 2012 enfrentaram um período ruim de repasses, embora tenha havido crescimento. “Em 2009 o seu valor foi inferior ao de 2008, tanto assim que o Governo teve de dar uma complementação através de um Apoio Financeiro aos Municípios, para que recebessem em 2009 o mesmo valor de 2008”, disse.
O maior problema, segundo ele, é em relação ao salário mínimo. “O pagamento da folha de pessoal pesa em média em mais de 75% das finanças municipais. E entre 2009 e 2012, ela cresceu nada menos que 49,88%, enquanto que o FPM cresceu neste mesmo período apenas 30,5%. Temos a estimativa do Tesouro Nacional de que o FPM cresça em 2013, 8% acima do valor do ano de 2012, mas o salário mínimo já vai consumir este aumento e não vai conseguir melhorar o déficit dos últimos quatro anos. Isto se crescer mesmo os 8%”, revelou.
François Bremaeker afirmou que saúde e educação são as áreas que devem ser priorizadas, mas precisam contar também com o apoio dos governos estadual e federal. “As áreas normalmente priorizadas são a educação e a saúde, inclusive porque já obedecem a vinculações constitucionais: 26% no mínimo para a educação e 15% no mínimo para a saúde. Mas sabemos que no final das contas acabam gastando mais da metade dos orçamentos nestas duas funções. Mas são eternas áreas críticas e devem continuar a consumir os recursos”, disse.
Segundo ele, na educação, os recursos devem priorizar o ensino infantil. “Uma das áreas que deveriam ser priorizadas na educação são a creche e pré-escola. Mas são investimentos necessários que as prefeituras sozinhas não têm condições de bancar, embora sejam os entes responsáveis constitucionalmente. E somente aqueles que frequentam as creches e a pré-escola têm boas condições de fazer um bom fundamental e seguir para o ensino médio e superior. A base é o ensino infantil que acaba ficando relegado a um segundo plano e acaba não acontecendo, prejudicando o restante da cadeia do ensino”, destacou.
Assessoria
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