segunda-feira, 8 de abril de 2013

Paraíba entre os Estados que estão com as contas comprometidas, mostra levantamento


Levantamento aponta que pelo menos sete Estados contabilizaram déficit primário no ano passado

Com apoio do governo Federal, a atual safra de governadores reduziu o aperto nas contas dos Estados aos menores níveis desde o ano anterior à aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que passou a vigorar em 2000. A Paraíba está relacionada entre os que tiveram o aumento com gastos, mesmo após o governador Ricardo Coutinho (PSB) ter demitido cerca de 34 mil servidores temporários. Os números tendem a mostrar que o governo do Estado substituiu os demitidos e ainda aumentou o número de contratados.
Infográfico elaborado pela Folha de S. Paulo (Crédito: Reprodução / Folha)
Gastos em expansão e estímulos oficiais à aceleração das obras e outros investimentos fizeram cair pela metade, ao longo de pouco mais de um ano, o montante poupado dos orçamentos para o abatimento de dívidas.
Conhecida como superavit primário, essa poupança caiu do equivalente a 0,72% do ProdutoInterno Bruto, em 2011, para 0,36% nos 12 meses encerrados em fevereiro.
Levantamento feito pelo Jornal Folha de S. Paulo aponta que pelo menos sete Estados – Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Acre, Amapá e Roraima, Rio de Janeiro - e o Distrito Federal contabilizaram déficit primário no ano passado.
Em outras palavras, a arrecadação de impostos e outras receitas não financeiras foi incapaz de cobrir as despesas com pessoal, ações sociais, custeio e investimentos.
Em 2011, apenas Pernambuco e Sergipe haviam fechado no vermelho. Quinze anos atrás, o número de deficitários chegava às duas dezenas, o que impulsionou a adoção da legislação para o controle dos resultados fiscais.
Enquanto a economia e a arrecadação de impostos crescem em ritmo mais lento, o governo Dilma Rousseff tem elevado as possibilidades de endividamento dos Estados e oferecido financiamento para obras públicas.
INVESTIMENTOS
Sob o comando do aliado Sérgio Cabral (PMDB), o Rio viveu uma reviravolta: de um superavit de R$ 2,6 bilhões, em 2011, a um deficit de R$ 0,9 bilhão no ano passado.
A Secretaria da Fazenda do Rio informou considerar natural haver deficit devido ao programa de investimentos de longo prazo do Estado.
Os investimentos subiram de R$ 4,7 bilhões para R$ 5,3 bilhões de 2011 para 2012. Bem mais volumosos, gastos com pessoal e custeio também tiveram alta, de R$ 37,6 bilhões para R$ 42 bilhões.
A secretaria acrescentou que as contas do Estado respeitam os limites de endividamento fixados pela legislação e o programa de ajuste fiscal negociado com a União desde a década de 90.
O maior deficit do país, de R$ 1,1 bilhão, foi contabilizado em Pernambuco, onde Eduardo Campos (PSB) ensaia deixar a aliança nacional com o PT e se lançar candidato ao Planalto em 2014.
Segundo a Fazenda pernambucana, o resultado foi negociado com a União --que, na condição de principal credora, pode restringir a expansão de gastos e dívidas dos Estados.
"Cabe registrar, ainda, que só foi possível a efetivação de tal espaço fiscal em virtude do baixíssimo nível de endividamento do Estado, uma vez que em 2012 o estoque da dívida correspondeu a 45% da receita corrente líquida, diante de um limite de 200% [fixado na legislação]", diz nota enviada à Folha.

Da Redação com Folha de S. Paulo
WSCOM Online

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