Medida pode solucionar o impasse entre índios e moradores no município amazonense
O grupo de trabalho formado para solucionar o impasse entre índios e moradores no município amazonense vai sugerir à Presidência da República que os indígenas possam receber recursos do Bolsa Família para evitar que retomem a cobrança de pedágio nas rodovias que cortam a reserva da etnia Tenharim.
A cobrança da taxa e o desaparecimento de três homens, há 26 dias, quando cruzavam a reserva, são as principais causas do conflito instalado na região. Os moradores de Humaitá, que atearam fogo na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) e em pontos de cobrança de pedágio, acusam os indígenas de serem os responsáveis pelos desaparecimentos, em represália à morte de um cacique.
O vice-governador do Amazonas diz que uma solução tem de ser encontrada.
— Há o sentimento de que temos que encontrar uma solução para que os indígenas tenham recursos necessários para a sua manutenção. É exatamente isso [Bolsa Família] que estamos sugerindo”, disse
o vice-governador do Amazonas, José Melo.
Ele acrescentou que a Funai, a Polícia Rodoviária e a Polícia Federal atuarão nas rodovias que cruzam as aldeias para não permitir que os índios voltem a cobrar pedágio.
Apesar de os índios estarem reconstruindo os pontos de cobrança de pedágio, o comandante militar da Amazônia, general Villas Bôas, ressaltou que não será mais permitida a cobrança. Caso os tenharim insistam, frisou, serão adotadas “ações legais previstas na legislação”.
O grupo de trabalho, formado pelo Exército, Força Nacional de Segurança, as polícias Federal, Rodoviária Federal e a Militar, além de representantes dos governos federal, estadual e municipal, estabeleceram como prioridade o envio de medicamentos e alimentos para as aldeias indígenas. Na reunião deste domingo (12), também foi avaliada a possibilidade de compensação financeira às famílias dos desaparecidos caso sejam confirmadas as mortes.
R7.
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