quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Governo deve vacinar mais de 104 mil adolescentes contra HPV

Governo deve vacinar mais de 104 mil adolescentes contra HPV
 Mais de 104 mil adolescentes devem ser imunizadas contra o HPV na Paraíba. O Ministério da Saúde decidiu incorporar a vacina no Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacinação será realizada, gratuitamente, a partir do dia 10 de março, em todo o Brasil, para meninas de 11 a 13 anos e tem por objetivo diminuir o número de mulheres contaminadas pelo HPV e, consequentemente, o número de casos de câncer de colo do útero. A meta do MS é vacinar 80% do público-alvo.

De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) de 2011, a Paraíba tem o menor número de mortes de mulheres por este tipo de câncer em todo Nordeste. A taxa de mortalidade é de 3,82 por 100 mil mulheres no Estado, índice que coloca a Paraíba em quarto lugar no país entre os Estados com menor número de mortes, atrás do Rio Grande do Sul (3,68), São Paulo (2,95) e Minas Gerais (2,84).

O HPV ou Papilomavírus é um grupo de vírus transmitido sexualmente, sendo o principal agente causador de câncer do colo do útero. A vacina, que ajuda a proteger contra o câncer do colo do útero, é administrada via intramuscular, quadrivalente (age nos subtipos HPV 6, 11, 16 e 18). “Essa vacina tem ação exclusivamente preventiva. Não se pode usá-la esperando que quem já tem o vírus vai ficar curado ou evitar que piore. A vacina é recomendada apenas para aquelas pessoas que nunca tiveram contato com o vírus”, explicou a gerente operacional de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Bernadete Moreira de Moura.

Os efeitos colaterais são leves, poucos frequentes (entre 10 a 20%) e podem incluir dor e vermelhidão no local da injeção, como também febre baixa. A previsão é que a SES comece a receber as doses da vacina a partir de fevereiro.

Para discutir a implantação da vacinação contra HPV, o Governo do Estado reuniu representes da Saúde e da Educação na última quinta-feira (23), na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que fica na sede da SES. Durante a reunião, foram discutidas as primeiras ações para a implantação de um grupo técnico que irá conduzir a vacinação no Estado.

“O objetivo dessa primeira reunião foi unir representantes da secretarias da Saúde e da Educação para que possamos dar início a um grupo técnico que vai articular todo o processo de vacinação contra HPV na Paraíba. Vamos realizar esse trabalho juntos. Enquanto a saúde realiza a vacinação, a educação tem o papel de conscientizar e orientar, não só as adolescentes, como também os pais e responsáveis. Para isso, a escola vai incluir essas informações, essas orientações, para que os pais saibam da importância da vacinação e se sensibilizem para orientar suas filhas a ser vacinarem”, disse Bernadete.

Quem deve tomar a vacina – Para aumentar a eficácia, o MS decidiu realizar a vacinação dividida em três doses: a 1ª será ofertada para meninas que tenham entre 11 e 13 anos este ano, ou seja, nascidas entre 01/01/2001 e 31/12/2003, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e escolas públicas e privadas. A 2ª dose será administrada seis meses após a 1ª. Já a 3ª dose será administrada cinco anos após a 1ª. “Para que as adolescentes estejam devidamente protegidas contra o câncer do colo do útero, devem ser tomadas as três doses como recomendado pelo Ministério da Saúde”, explicou a gerente executiva de Vigilância em Saúde, da SES, Talita Tavares. A vacina ficará disponível nas UBS durante todo o ano.

Ainda segundo Talita, as adolescentes terão que apresentar o cartão de vacinação ou um documento de identificação para receber a vacina. Os pais que não quiserem que suas filhas sejam imunizadas terão que assinar um termo de recusa.

HPV – O Papilomavírus Humanos (HPV) é um vírus transmitido sexualmente que infecta a pele. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV e alguns podem levar ao aparecimento de verrugas genitais ou alterações celulares anormais no colo do útero, o que pode causar câncer. Aproximadamente 0,5% das mulheres contaminadas desenvolvem o tumor. Se houver tratamento adequado, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.

Prevenção – Uma vez que a doença é transmitida sexualmente, usar sempre preservativos é, sem dúvida, a melhor forma de se prevenir. O uso da camisinha reduz os riscos de contaminação em 80% dos casos. A vacina contra HPV só é eficaz para quem ainda não teve contato com o vírus. “É importante lembrar que a vacina não substitui a realização do exame preventivo, o Papanicolau, nem o uso de preservativos”, disse Talita.

Serviços – Os serviços de prevenção ao Câncer do Colo do Útero oferecidos à população paraibana, gratuitamente, pela SES têm contribuído para evitar novos casos. Segundo a diretora geral do Centro Especializado de Diagnóstico do Câncer (CEDC), Roseane Machado, mulheres com suspeitas de câncer do colo do útero são encaminhadas para o serviço pelas equipes de Saúde da Família. No Centro é feito o tratamento das lesões por meio de exames especializados, colposcopia, biópsia, anatomopatológico de colo, e cirurgia de alta frequência, entre outros. A duração do tratamento é de dois a três anos.

O Centro atende mulheres de 120 municípios e, de acordo com Roseane, até o final de 2014 a expectativa é ampliar a oferta de serviços para mais cidades. “Com o CEDC, o Governo do Estado oferece à população feminina a possibilidade de detectar, tratar e eliminar o câncer do colo do útero, tudo de forma bem precoce”, observou.

O Centro Especializado de Diagnóstico do Câncer fica na Avenida Duarte da Silveira, no Centro de João Pessoa. O Governo do Estado investiu com recursos próprios cerca de R$ 1,2 milhão na implantação do local, sendo R$ 1,1 milhão em equipamentos e mais de R$ 50 mil na estruturação do novo prédio climatizado e moderno. A unidade dispõe de um mamógrafo digital e um ultrassom, que contribuem para a detecção precoce do câncer de mama e do colo do útero. Para outras informações, o telefone do CEDC é 3218-5369.

Secom-PB

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