segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Polícia prende quadrilha paulista acusada de assaltar bancos no Nordeste


Sete pessoas foram presas em Aracaju, capital de Sergipe, por policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar da Paraíba. Todas são acusadas de pertencer a uma quadrilha interestadual de assalto a bancos. Policiais sergipanos também participaram da operação.
Polícia prende quadrilha paulista acusada de assaltar bancos no Nordeste De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado (Seds), a quadrilha atuaria nos estados da Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Segundo a Polícia, todos são oriundos de São Paulo e vieram ao Nordeste especialmente para cometer os crimes. Pelo menos cinco furtos foram realizados, causando um prejuízo de mais de R$ 1 milhão.

Para a polícia de Sergipe, não há dúvida de que se trata de uma nova modalidade criminosa praticada por uma quadrilha de jovens criminosos especializados neste tipo de ação. Até o momento, a polícia já sabe que os integrantes dessa quadrilha gostam de esbanjar riqueza e gastar o dinheiro furtado em roupas, perfumes e viagens de luxo. “Eles vieram de São Paulo até Salvador de avião. No aeroporto de Salvador pegaram um táxi com destino a Aracaju”, disse Everton.

Foram presos Odair José Moura, 22 anos; Raphael Margado Silva, 26; Bruno Rodrigues de Andrade, 18; Guilherme Miron da Silva, 19; Paulo Guilherme de Carvalho Neto, 23; Elizeu Cordeiro, 27; e Jhonatham da Silva Draije, 22. Parte da quadrilha foi presa em uma pousada do bairro Siqueira Campos, na capital sergipana, e outra parte em uma pousada no centro de Itabaiana, na região Agreste daquele estado.

Em Sergipe, o Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) começou a investigar a quadrilha há 15 dias, quando ela roubou R$ 70 mil do Banco do Brasil do município de Salgado. De acordo com o delegado Everton Santos, a Divisão de Inteligência Policial (Dipol) identificou que furtos semelhantes ocorreram na Paraíba e entrou em contato com a inteligência daquele Estado.

O delegado paraibano Cristiano Jaques, que estava em Sergipe, disse que a Polícia Civil da Paraíba já estava investigando o grupo e que havia conseguido imagens da ação dos criminosos em dois bancos privados de João Pessoa. Com o aprofundamento das investigações, a polícia descobriu que eles agiriam na noite desta quinta-feira em um banco de Moita Bonita, no estado sergipano. “Eles já tinham isolado as portas da agência, mas como eles viram a movimentação de polícia o crime foi frustrado”, explicou Everton.

Segundo a polícia, a quadrilha não age com violência e não utiliza armas. “Eles isolam a porta das agências antes que elas travem e durante a madrugada retornam para fazer a 'pescaria' dos caixas eletrônicos, com o aparelho que eles chamam de guincho. Eles estouram o parte plástica do cash e ali provocam um curto circuito no sistema dos caixas, que acabam liberando todo o dinheiro das gavetas”, explicou o delegado Everton Santos.

O delegado Cristino Jaques ressaltou que esta tática de furto é uma novidade para a polícia nordestina. “Aqui o usual é o uso de explosivos e de outros métodos mais violentos”, destacou o delegado.

Everton enalteceu o trabalho conjunto das polícias de Sergipe e da Paraíba. Para o delegado Jaques, a quadrilha acreditava que o Nordeste era uma região desprovida de segurança pública.

Utilizando um conhecimento técnico e com o auxílio de equipamentos artesanais e industriais, os criminosos conseguiam fazer um procedimento denominado pescaria, onde todas as cédulas das máquinas eram captadas com o mínimo de barulho.

Conforme o coronel Maurício Iunes, comandante geral da Polícia Militar de Sergipe, o equipamento fundamental da quadrilha é um guincho industrial e um cabo de choque elétrico acoplado em uma máquina. A junção desses equipamentos possibilitam os criminosos remover todo o dinheiro. “O arrombamento era feito pela parte frontal da máquina, onde os danos eram mínimos. O barulho era quase nulo. Além disso, eles sempre agiam de madrugada, entre 2h e 4h da manhã”, enfatizou o coronel.

Os paulistas permanecerão presos em Sergipe e equipes de Alagoas e Bahia farão o reconhecimento dos acusados. “Não acredito que eles tenham agido na Paraíba, Pernambuco e Sergipe e pulado os estados de Alagoas e Bahia. Creio que eles praticaram outros crimes no Nordeste”, enfatizou Everton.

Foram apreendidos seis celulares, R$ 1.070 em dinheiro, fardas da empresa pública Sabesp, guincho de carro, material elétrico acoplado em uma espécie de controle para confundir o sistema dos caixas eletrônicos, dois amassadores de maconha. A estrutura utilizada nas prisões e apreensões contou com 50 policiais de Sergipe e da Paraíba.


Fonte: PBHOJE com Assessoria

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