Presidente Dilma Rousseff participa, nesta terça-feira (16), de cerimônia de entrega de casas de conjuntos habitacionais e de máquinas retroescavadeiras em Ponta Grossa, no Paraná.
A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta terça-feira (16), em Ponta Grossa (103 km de Curitiba) que irá manter o programa Bolsa Família "enquanto for necessário". A declaração veio em no meio de um longo discurso em que a petista enumerou medidas sociais de seu governo, numa solenidade de entrega de 1.438 casas do programa Minha Casa, Minha Vida e de 42 tratores a prefeitos paranaenses.
"Uma [das iniciativas de inclusão social] que manteremos enquanto for necessário que é o Bolsa Família", afirmou. Nesta terça, a Folha informa que a Caixa Econômica Federal não teve autorização do Ministério do Desenvolvimento Social para antecipar o pagamento do Bolsa Família na véspera da onda de boatos sobre o fim do benefício, contrariando regras do programa.
Há alguns dias, investigação da PF (Polícia Federal) descartou crime na difusão de rumores sobre o fim do programa – que gerou tumulto há dois meses. À época, o governo chegou a sugerir uma ação orquestrada pela oposição.
Em seu discurso, a presidente não comentou a informação da Folha, nem os resultados da investigação da PF. A presidente não parou para conversar com jornalistas, ao final da solenidade. A reportagem procurou a assessoria da Caixa em busca de uma entrevista com o presidente do banco, Jorge Hereda (que acompanhou Dilma no Paraná), mas foi informada de que ele não falaria.
O discurso
Falando por mais de meia hora, Dilma lançou afagos a velhos aliados do PT ("Vivemos num país especial, em que conversamos e temos diálogo com os movimentos sociais") e à população carente ("Sou presidenta com um olho voltado de forma muito intensa para aqueles que mais precisam").
Na plateia, estavam principalmente beneficiados do Minha Casa, Minha Vida da menor faixa de renda do programa, que vai até R$ 1.600 mensais. "O dinheiro que o governo arrecada tem que ser devolvido à população que mais precisa. E a população que mais precisa é essa que está ganhando o Minha Casa, Minha Vida", afirmou a petista.
Também dirigiu agrados aos mais de 40 prefeitos presentes à cerimônia – na semana passada, a presidente chegou a ser vaiada por eles durante reunião em Brasília. "O governo federal começa, a partir de agosto, a liberar R$ 3,5 bilhões [para os municípios]. Em agosto, libera R$ 1,5 bilhão e, em abril [de 2014], mais R$ 1,5 bilhão. É liberação fora do FPM (Fundo de Participação dos Municípios, fatia da arrecdação federal destinada às prefeituras)."
Lembrou dos pactos que firmou, após a onda de protestos pelo País, com governadores e prefeitos. "Fiz pacto pela ética na política, por valores republicanos, pela garantia de que dinheiro público não se desvie de sua finalidade. Fiz pacto para garantir que vamos ter médico, e saúde. Fiz pacto para que tenhamos royalties [do pré-sal investidos na educação]. E fiz pacto pela qualidade do transporte urbano", falou a petista.
"Governo federal não é responsável pelo transporte. Mas tem sua responsabilidade. Somos capazes, e vamos ajudar cada prefeito de capital a melhorar o sistema de transporte", prometeu.
Ao final, o discurso teve clima de palanque eleitoral. "Todos temos de ter uma certeza: Brasil tem tudo, mas tudo mesmo, para ser nação desenvolvida. Ao longo da história, muitas vezes perdemos essa chance. Tenho certeza, hoje, de que nós não perderemos essa oportunidade", falou a presidente, para em seguida completar: "Eu honrarei a capacidade de luta das mulheres brasileiras."
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