Rômulo cita ‘interesses políticos’ em sua defesa e deixa sigilo bancário à disposição

Vice-governador disse que não existe prova nenhuma que o incrimine.

O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), concedeu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (23), na sede da Associação Paraibana de Imprensa (API), no Centro de João Pessoa. Ele se defendeu das acusações de envolvimento em supostas irregulares no caso ‘Jampa Digital’, lamentou o indiciamento por parte da Polícia Federal (PF) e explicou que a sua participação foi apenas o de destinar recursos para a implantação do programa de internet na Capital, na época em que esteve no Congresso Nacional.

“Como deputado não destinei apenas esta emenda na minha vida. Também o fiz em favor da Universidade Federal da Paraíba, para a Universidade Estadual da Paraíba, para o Hospital Laureano, até para a própria Polícia Federal na construção da sua sede em Campina, além de construções de estradas, saneamento, portanto, eu não teria como acompanhar a aplicação dos recursos das emendas que destino”, destacou.

O vice-governador ainda afirmou que não pode ser apontado como um dos envolvidos no caso devido a PF ter encontrado o telefone de um de seus ex-assessores com os empresários da Ideia Digital. Ele admitiu ainda que demitiria o auxiliar, caso identificasse qualquer indício de envolvimento ou tráfico de influência em sua conduta.

“Não posso aceitar um indiciamento sem que haja nenhuma prova material que me incrimine ou que conste o meu envolvimento. Não existe nenhuma prova”, disse. “Não me furtaria jamais ao debate, mas só poderia falar sobre isso após saber exatamente o que estava havendo", continuou.

O vice-governador ainda afirmou que a sua bancada jurídica teve dificuldades em ter acesso ao inquérito da PF. “Para os senhores terem uma ideia, eu só tive acesso a esse inquérito ontem [segunda-feira, 22] e passei o dia todo debruçado analisando aspectos e pontos que são importantes para esclarecer na manhã de hoje”, disse.

Rômulo Gouveia ainda deixou transparecer que as acusações teriam interesse político, supostamente devido a possível postulação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na disputa pela Presidência da República, em 2014. Ele ainda deixou o seu sigilo bancário e o da sua esposa, a deputada estadual Eva Gouveia (PTN), a disposição da imprensa e da Justiça.

Entenda

Na Paraíba, a Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no projeto 'Jampa Digital' - uma rede de internet que conecta os órgãos da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) e que leva internet gratuita a praças públicas da capital.

O resultado da investigação da operação 'Logoff'’, desencadeada em maio de 2012, concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), e do vice Rômulo Gouveia (PSD).

De acordo com a reportagem, o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro e o vice-governador Rômulo Gouveia por corrupção. Funcionários da Prefeitura de João Pessoa e empresários também estão envolvidos no esquema de superfaturamento.

 

Ângelo Medeiros

WSCOM Online