Na História do Brasil, dificilmente iremos encontrar momentos em que a Maçonaria não atuou, influindo no destino da nação. Muitos de seus presidentes, membros do congresso nacional (nos mais diferentes níveis) e políticos, são irmãos maçons.
O Brasil é hoje uma das grandes potências maçônicas do mundo. Deve-se à Maçonaria atuações decisivas a favor da Independência, da Abolição, da República e do divórcio. Como ilustração, podemos relacionar as seguintes figuras de importância na história do nosso país: Joaquim Gonçalves Ledo, José Joaquim da Silva Xavier, D. Pedro I, José Bonifácio, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e todos os presidentes da República Velha até 1930, Rui Barbosa, Visconde de Rio Branco, Luiz Alves de Lima e Silva (o grande patrono do Exército), Bento Gonçalves, Mauá, Silveira Martins, dentre muitos.
Entre os membros do Congresso Nacional, assim como no Executivo, encontramos vários maçons. Citamos no governo Collor, o ex-ministro da Agricultura, Antônio Cabrera e o ex-ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri e registramos que a solidariedade maçônica não abrange necessariamente o apoio político a irmãos-maçons cuja atuação seja alvo de questionamento.
A Maçonaria tem uma sistemática para a exclusão de membros comprovadamente envolvidos em desvios graves: abre-se um processo interno que, concluído, corresponde ao que seria, no caso, um impeachment maçônico.
Por interveniência da Maçonaria, através do Grande Oriente, os senadores Valmir Campelo (PTB-DF) e Raimundo Lira (PFL-PB) decidiram, no último instante, votar pela aprovação do relatório da CPI sobre tráfico de influência no governo. Os dois eram tidos como governistas.
O golpe de 1964, no
Brasil, também atingiu a Maçonaria. Muitos maçons foram perseguidos e encarcerados.
Brasil, também atingiu a Maçonaria. Muitos maçons foram perseguidos e encarcerados.
Foi a Maçonaria que, junto aos povos, vulgarizou as novas idéias e ideais de liberalismo democrático que tiveram começo na França e na Inglaterra, no século XVII, e que no século seguinte se estendeu por toda Europa e a América.
Na França, os maçons tomaram caminhos diversos aos maçons ingleses. A Maçonaria inglesa defendia o sistema monárquico parlamentar constitucional; a Maçonaria francesa, o republicano. Foi sob a égide da Maçonaria francesa, ou republicana, que chegaram até nós aquelas novas idéias.
Segundo os mais antigos registros, data de l786 a época do surgimento da Maçonaria no Brasil. Sendo a opinião de muitos que a Inconfidência Mineira foi dirigida pela Maçonaria e que Tiradentes e quase todos os conjurados eram maçons. Isto porque estes historiadores afirmam que a Maçonaria foi introduzida no Brasil por José Alves Maciel, na província de Minas Gerais.
Não foi sem razão haver sido a província de Minas Gerais a escolhida para teatro da primeira tentativa de emancipação política do Brasil, pois a Cidade do Rio de Janeiro, oferecia fácil defesa ao vice-rei, cuja guarnição militar era fiel à monarquia.
Apesar da execução de Tiradentes a 21 de abril de l792 e do malogro de várias tentativas de tomada do poder, eclodiram em vários estados movimentos revolucionários de emancipação política. Com muitos malogros, causados por uma revolução que explodiu prematuramente. Apesar de muitas derrotas, sendo que muitos foram presos e executados, este movimento foi crescendo, e, finalmente, o Brasil foi emancipado.
Todo este movimento foi feito dentro das Lojas Maçônicas que se tornaram cada vez mais fortes, com uma atividade cada vez crescente. Em 17 de junho de l822, no Rio de Janeiro, os obreiros da Loja Comércio e Artes, reúnem-se em Assembléia Geral do Povo Maçônico, criando um Grande Oriente, sendo aclamado Grão-Mestre, José Bonifácio de Andrade e Silva.
Com forte poder político, o movimento conspirou para a Independência. Para fortalecer a irmandade, D. Pedro I foi convidado a nela ingressar, recebendo excepcionalmente, em uma só noite, durante rápida cerimônia secreta, os três graus da Maçonaria simbólica. A seguir foi feito Grão Mestre. Com a iniciação de D. Pedro I na Maçonaria, a 13 de julho de l822 na Loja Comércio e Artes, estava dado um passo gigantesco na caminhada para a independência.
No livro A Ordem DeMolay Através dos Tempos (Estasa Editora), no qual o jornalista Carlos Monjardim conta a trajetória da Maçonaria, lê-se que em 20 de agosto de l822 as três lojas metropolitanas do Rio de Janeiro se reuniram; foi quando aconteceu o discurso de Joaquim Gonçalves Ledo conclamando à ruptura dos laços com Portugal. O manifesto maçônico e documentos recém-chegados de Lisboa acentuando a dependência da colônia à metrópole foram enviados a D. Pedro I, que se encontrava em viagem a São Paulo.
No dia 7 de setembro, às margens do Ipiranga, o futuro imperador recebeu as notícias da capital. A cavalo, rodeado pelos Dragões de sua guarda, arrancou da espada e gritou as palavras que libertariam o Brasil de Portugal: “Independência ou morte”. Gonçalves Ledo, por sua vez, apostava na independência apenas como uma etapa indispensável para se chegar à proclamação da República, o que só viria a acontecer em 1889, pelas mãos de outro maçom, o Marechal Deodoro da Fonseca. O primeiro ministério da Republica Federativa do Brasil era composto por maçons.
Feita a emancipação política do Brasil, vê a Maçonaria cumprida parte da sua missão. A revolução, entretanto, prossegue, agora, rumo à república. Um grave problema social persiste, num desafio à ação da Maçonaria: a escravidão do homem negro. O que vai de encontro aos princípios da trilogia - Liberdade, Igualdade e Fraternidade. E como não poderia deixar de ser, a Maçonaria se engajou a mais esta causa, atuando de maneira ferrenha.
A Maçonaria cria mais Lojas, funda clubes e jornais, prega a abolição, e, já em 1850, a 4 de setembro, uma lei proibia o tráfico de negros; a 28 de setembro de 1871 nova conquista maçônica: a Lei do Ventre Livre, pela qual ficavam livres os negros nascidos no Brasil; em 1874, a 25 de março, são redimidos os negros sexagenários; finalmente, em 1888, a lei que declarou extinta a escravidão no Brasil.
Cinco anos antes da assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888, Mossoró, no Rio Grande do Norte, emancipava os seus escravos, sendo a segunda cidade, no Brasil, a realizar este feito. Deveu-se este ato de bravura e de patriotismo a Loja 24 de Junho que com apenas três meses após sua fundação, no dia 30 de setembro, hoje data magna do Município, erradicou do seio da sociedade Mossoroense aquela que se considerava a “nódoa negra na vida social do Brasil”.
No ano de 1835, no Rio Grande do Sul, eclode a insurreição republicana, que se chamou Guerra dos Farrapos, inspirada e posta em execução pela Maçonaria, onde se destacou entre muitos o maçom, chefe militar do movimento, general Bento Gonçalves, uma das figuras mais representativas da província.
Quintino Bocaiúva, Saldanha Marinho e Salvador de Mendonça , no Rio de Janeiro, em 1870, fundaram um clube republicano. Nesta mesma época surgiu o jornal A República. Algum tempo depois, em São Paulo é criado o Partido Republicano Paulista. O ano de 1873 foi marcado por surgirem em todo o país clubes e jornais, numa campanha organizada. Com tudo isto, e apesar dos republicanos terem eleito três deputados, a população parecia não tomar conhecimento e não se empolgava.
A imprensa faz a sua parte, atacando de maneira ferrenha a monarquia. Deodoro, influenciado por republicanos, é convencido a chefiar a revolução. Contando com o apoio e adesão de vários oficiais militares do Exército e da Marinha.
No dia 14 de novembro de 1889, o major Solon espalha a falsa notícia de que o Imperador havia determinado a prisão de Deodoro, Benjamim Constant e outros oficiais. Esta notícia circulou rapidamente pelos quartéis, precipitando o movimento que já tinha retorno. O governo, julgando encontrar ainda fiéis entre as tropas, tenta reagir. Na manhã do dia seguinte, há um grande confronto no Quartel General, no Campo de Santana, onde encontrava-se reunido o Ministério. Deodoro à frente das tropas revoltadas, toma posição ante o Quartel. Floriano recusa-se a cumprir ordens para atacar os revolucionários. Os portões são abertos. Legalistas e revolucionários confraternizam. O Ministério é deposto. Triunfara a revolução, estava proclamada a República. Como podemos ver, a Maçonaria participou como inteligência orientadora do movimento, que culminou com a proclamação da república. A Maçonaria prossegue no seu incansável trabalho, buscando a emancipação progressiva e pacífica da Humanidade, continua convicta em torno do sonho templário: criar um governo universal baseado na fraternidade e no aperfeiçoamento dos costumes.
Em tempos atuais, foi também a atuação da Maçonaria na tramitação da Lei do Divórcio, em 1977, cuja aprovação se deu por articulação do movimento. O maçom Nélson Carneiro, senador da República, tendo dificuldades para a aprovação da lei, apelou para a irmandade e descobriu que na época “a segunda bancada” do Congresso Nacional era composta de maçons. E assim, a lei passou.
Portanto, no progresso e no aperfeiçoamento humano não há, nem pode haver limitações e a Maçonaria prossegue no seu maravilhoso trabalho, assumindo responsabilidades e mostrando que os construtores da Arte Real também sabem demolir as estruturas do poder totalitário, modificando profundamente o perfil da História.
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