sexta-feira, 9 de março de 2012

CONHEÇA UM POUCO DA MAÇONARIA PARAIBANA


Segundo o dicionário Aurélio, “Maçonaria é uma sociedade parcialmente secreta, cujo objetivo principal é desenvolver o princípio da fraternidade e da filantropia”. Campina Grande, como sempre inovadora em sua história, não poderia ficar de fora desse contexto. Portanto, a Maçonaria em nossa cidade surgiu ainda no século 19. Exemplos desse fato foram a “Segredo e Lealdade” de 1873, a “Renascença” de 1876 e finalmente, uma que não teve nome, fundada por Alexandre Dornelas Luna, Estevam Dornelas Luna, Antonio Velho e outros. Todas foram extintas devido a fortes perseguições da sociedade, principalmente da igreja católica.

Entretanto, a idéia não foi esquecida e no dia 19 de agosto de 1923, foi fundada na Rua Marquês do Herval, a “Loja Maçônica Regeneração Campinense”, nome dado por Almir Silva e Luiz Dália. Na época, 40 “maçons”, estiveram presentes no histórico momento, foram eles:


Alfredo Carneiro da Cunha
Almir Silva
Antônio Gomes da Silveira
Augusto Felipe Santiago
Claudino Gabino de Oliveira
Ernani Lauritzen
Francisco Maria
Gasparino Barreto
Idelfonso Aires
João Araújo
João de Macedo Filho
João Ferreira de Matos
João Itamar
João Uchoa
Joaquim Pereira dos Santos
José Barros Ramos
José Branco Ribeiro
José de Almeida Júnior
José de Almeida Pequeno
José Maia Filho
José Timóteo de Morais
Juvino de Souza do Ó
Leocádio Bezerra Cavalcanti
Lino de Oliveira Cavalcanti
Luiz Dália
Luiz Lyra
Luiz Tavares
Luiz Tavares Wanderley
Manoel Almeida da Silva
Manoel Araújo Souto
Manoel Correia da Costa Vasconcelos
Manoel Feliciano do Nascimento
Martiniano Martins Lins
Methódio Câmara
Olímpio Ferreira Barros
Sebastião Lira Gomes Pedrosa
Severino Gomes da Silva
Severino Pimentel
Targino da Costa Barbosa
Venâncio dos Santos

A história da Maçonaria está diretamente ligada com a história do município. Várias decisões e posicionamentos políticos da cidade foram tomadas nas dependências dessa sociedade secreta, que tanto intriga pessoas que não a conhecem a fundo.

Em 20 de fevereiro de 1924, a loja maçônica instalou seu templo no sobrado da família Ivo Macacheira, à Praça Epitácio Pessoa. Nesse mesmo dia ocorreu à primeira sessão solene de posse e seis dias depois, realizou-se a primeira reunião administrativa.

No ano de 1925 (08 de maio), Artiquilino Dantas doou o terreno para a construção da atual sede, localizada a Rua Venâncio Neiva. Em 02 de outubro, seria aprovado o Regimento Interno da organização.

O dia 24 de junho de 1926 marcou a data da inauguração da atual sede e em 1928, ocorreu à criação da famosa biblioteca da Maçonaria, chamada “Biblioteca Arlindo Correia”, em homenagem a um dos baluartes da Maçonaria campinense.


Imagem da sede da Regeneração Campinense

Em setembro de 1932, a Maçonaria teve a honra de inaugurar o primeiro hospital da cidade, o Hospital Pedro I (utilizem nossa ferramenta de busca para conhecer a história desse hospital).

Depois de investir na saúde, o próximo passo da “Regeneração Campinense” seria à educação, com o advento do “Grupo Escolar Antônio Vicente”, homenageando o maçom Antonio Vicente Ferreira, que doou todos os seus bens materiais a Maçonaria. O terreno do grupo, localizado no bairro de José Pinheiro, foi doado pelo maçom João Mangueira Neto. Em 1964 a escola seria estadualizada e em 1992, demolida para a construção de um novo edifício, mais amplo e moderno. Boa parte do acervo da biblioteca “Arlindo Correia” foi redirecionada para o local, que hoje se chama “Escola de Ensino Fundamental Antônio Vicente”.


Escola de Ensino Fundamental Antônio Vicente

Em 1935, um maçom da Regeneração Campinense seria governador do Estado, seu nome: Argemiro de Figueiredo. O inesquecível político foi iniciado na Maçonaria em 24 de fevereiro de 1925, sendo um dos responsáveis pela criação do regimento da organização.

Foto da estátua de Argemiro, localizada na Praça Clementino Procópio

O antigo prédio maçônico, pequeno e de forro e assoalho de madeira, foi demolido entre as gestões de Aroldo Cavalcanti Cruz e Raimundo Gadelha Fontes, para ser reconstruído e inaugurado em 20 de junho de 1968.

No ano de 1981, o edifício foi aumentado na gestão de Ailton Elisiário de Sousa, contando atualmente com mil metros quadrados.

Fotos da Maçonaria e do Templo Maçônico - Fotos de Demetrius

Durante os anos 80 e 90 do século passado, a “Regeneração Campinense” em regime de “comodato”, manteria o Clube das Acácias, que se localizava no Açude Velho. Ali foram realizadas inesquecíveis festas da família maçônica e da sociedade campinense em geral. Infelizmente, o local foi demolido para a construção de um moderno edifício.

Quando dos 75 anos da fundação da “Regeneração Campinense”, os maçons Francisco Assis de Almeida e Geraldinho Pereira Duda, esse último responsável pela arquitetura do teatro “Severino Cabral”, fizeram o projeto do “Monumento Maçônico”, localizado entre as ruas Vidal de Negreiros e João da Mata. O projeto filosófico foi de Ailton Elisiário de Sousa.

Monumento-Foto de Demetrius

Ao longo dos anos, organizações para-maçônicas foram sendo criadas para servir de alicerce à Maçonaria. Foi o caso da “Associação das Samaritanas” em 1981, constituídas pelas esposas dos maçons. A Ordem Demolay “Deus, Pátria e Família” (jovens entre 13 e 21 anos idade), fundada em 1981. O “Clube de Lowtons” em 1987, para as crianças do sexo masculino e no ano seguinte, o “Clube Flor de Lótus”, para as crianças e adolescentes do sexo feminino. Hoje, existe outra organização para as jovens, as “Filhas de Jó”.

Em 07 de janeiro de 1994, o governador do Estado, Cícero Lucena, sancionou a lei nº. 5.859, que reconheceu a loja “Regeneração Campinense nº. 02”, como entidade de utilidade pública.

Em que pese o sentimento de rejeição por parte de algumas organizações religiosas, são 86 anos de serviços bem prestados pela “Regeneração Campinense nº. 02”, além das outras organizações maçônicas de nossa cidade. Campina Grande agradece.


A Regeneração Campinense em 2009

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