domingo, 25 de março de 2012

Artigo: Cleptomania política


Roberto Cavalcanti
Quando um cidadão comum vai ao supermercado e se dispõe a adquirir alguns produtos passa pelo caixa e efetua o pagamento devido. Se vai ao mercado público pode até negociar o valor das mercadorias, mas precisa colocar a mão no bolso para bancar o regateio.
Na farmácia faz valer direito a descontos e flexibilizações por fidelidade, mas não está isento do pagamento. E a rotina se repete onde quer que vá, pois o cidadão comum, em todos os seus atos de consumo, passa pelo caixa.
Alguns políticos, porém, traçam rota diferente. Especialmente quando acessam as empresas de comunicação para fazer apologias de si mesmos.Com episódios cada vez mais freqüentes, eles enveredam por caminhos obscuros como by pass para seu marketing pessoal.
Fazem isso provocando estrago duplo: na ética jornalística e nos cofres das empresas. Seria elegante tentar eufemizar a prática, mas a expressão mais fidedigna para definir o jogo imoral que os agentes políticos têm convidado o jornalismo a participar chama-se furto mesmo – e em um ritmo que equivale a cleptomania.
Corruptores e corrompidos abrem canais paralelos, comprometendo a credibilidade dos editorais. Injetam, nestas valas, suas conveniências e interesses.
A freqüência, a ingerência e a nocividade destas práticas sugerem o óbvio: um freio precisa ser dado. Tanto aos atores quanto a seus coadjuvantes.
A política não pode ser feita na base da cleptomania. Pois isso é roubo – de espaço, de idéias e de receitas empresariais.
As empresas de comunicação precisam dar punição exemplar. Não só para receber o que lhes é devido, mas também para proteger o cidadão – alvo final desse estelionato jornalístico.
Mas pode anotar: a Paraíba assistirá – e em breve - muitos políticos tropeçando nos tocos.
Roberto Cavalcanti

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