Estreou nos Estados Unidos o seriado humorístico americano "Black Jesus" (Jesus Negro) que, mesmo antes de ir ao ar, já havia despertado a ira de grupos cristãos e de conservadores.
A série do canal de TV a cabo Adult Swim tem como protagonista um sorridente Jesus Cristo negro que bebe, fuma maconha e fala palavrões ao passear de túnica branca pelas ruas de Compton, um bairro pobre de maioria negra em Los Angeles.
No primeiro episódio, que foi ao ar na quinta-feira, o personagem transforma água mineral em conhaque e tenta transformar um terreno baldio em um jardim comunitário – onde pretende plantar legumes e verduras e maconha.
Os produtores tinham lançado apenas um trailer de dois minutos antes do episódio de quinta-feira, mas já foi suficiente para que a série fosse taxada de blasfema e que grupos lançassem campanhas para não deixá-la ir ao ar.
O idealizador da série, Aaron McGruder, é autor do polêmico "The Boondocks", quadrinhos que foram transformados em um seriado de animação que aborda temas complexos como o racismo e a luta de classes nos Estados Unidos.
A sátira é contada da perspectiva de irmãos negros que vivem na casa do avô em um bairro de maioria branca em Chicago.
Interpretação possível
De acordo com o Adult Swim, uma programação para adultos que só vai ao ar à noite no canal Cartoon Network, "Black Jesus" representa um "filho de Deus em sua missão para difundir o amor e a bondade pelo bairro de Compton, ajudado por seu pequeno e fiel grupo de seguidores oprimidos".A série do canal de TV a cabo Adult Swim tem como protagonista um sorridente Jesus Cristo negro que bebe, fuma maconha e fala palavrões ao passear de túnica branca pelas ruas de Compton, um bairro pobre de maioria negra em Los Angeles.
No primeiro episódio, que foi ao ar na quinta-feira, o personagem transforma água mineral em conhaque e tenta transformar um terreno baldio em um jardim comunitário – onde pretende plantar legumes e verduras e maconha.
Os produtores tinham lançado apenas um trailer de dois minutos antes do episódio de quinta-feira, mas já foi suficiente para que a série fosse taxada de blasfema e que grupos lançassem campanhas para não deixá-la ir ao ar.
O idealizador da série, Aaron McGruder, é autor do polêmico "The Boondocks", quadrinhos que foram transformados em um seriado de animação que aborda temas complexos como o racismo e a luta de classes nos Estados Unidos.
A sátira é contada da perspectiva de irmãos negros que vivem na casa do avô em um bairro de maioria branca em Chicago.
Interpretação possível
Em uma nota, o canal disse à BBC que a série é uma sátira e uma interpretação possível da mensagem de Jesus, contextualizada por contos morais do dia a dia.
Além disso, afirmam que "embora alguns possam considerá-la uma representação polêmica de Jesus, não é nossa intenção ofender qualquer raça ou grupo religioso".
Para o grupo, o trailer é "desagradável" porque mostra Jesus Cristo "bebendo e fumando erva", falando palavrões e "utilizando o nome de Deus em vão diversas vezes".
"Há violência, tiroteios, drogas e outros gestos impróprios que distorcem a figura de Jesus completamente. Isto é blasfêmia!", afirmam os responsáveis de Um Milhão de Mães, que também destacam que o Adult Swim não "se atreveria a ridicularizar Maomé ou os muçulmanos".
A organização de mães não está só em sua batalha contra "Jesus Negro". O Christian Broadcasting Network, por exemplo, lançou um abaixo-assinado contra o seriado.
Eles dizem que são contra a série não porque Jesus Cristo é representado por um ator negro, mas sim pelas qualidades que os produtores lhe dão e pelo ambiente em que a trama se desenrola.
Estereótipos raciais
Já a Nação Messiânica Africana, uma organização que se opõe à representação eurocêntrica de Jesus, também rechaçou a série, argumentando que ela ataca o conceito de um "Messias negro" pelo qual vêm lutando há anos.
"A representação que Jesus Negro faz de Jesus Cristo é uma desgraça para todos que na última década dedicaram as suas vidas à promoção de uma imagem de um Messias negro", afirmou à BBC Mundo Paul Scott, fundador da organização.
"Nos Estados Unidos, qualquer questão racial se transforma em polêmica. O mesmo acontece com questões religiosas. Ou seja, se misturarem raça e religião no mesmo assunto, a polêmica é ainda maior", disse à BBC Mundo.
Por outro lado, Blum considera fascinante que "conservadores e negros estejam unidos nas críticas à série, mesmo que o façam por diferentes motivos".
BBC Brasil
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