quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Polícia Civil realiza operação de busca e apreensão por documentos de jato de Campos

Polícia Civil realiza operação de busca e apreensão por documentos de jato de Campos
 Equipes da Polícia Civil de Santos, no litoral de São Paulo, realizaram nesta quarta-feira (27) uma operação de busca e apreensão na sede da AF Andrade, empresa que, para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é a dona da aeronave que sofreu um acidente e resultou na morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas.

A sede da AF Andrade fica no município de Ribeirão Preto, no interior paulista. De acordo com informações da polícia, os documentos apreendidos na empresa auxiliarão nas investigações sobre o desastre aéreo, fornecendo dados técnicos sobre a aeronave que se acidentou em Santos no dia 13 de agosto. As investigações seguem no 7º Distrito Policial (DP) de Santos. Equipes da Polícia Federal e da Aeronáutica também auxiliam nos trabalhos, que ainda não têm previsão de quando devem ser finalizados.

O caso

A queda do avião ocorreu por volta das 10h do dia 13 de agosto, em um bairro residencial de Santos. O candidato tinha uma agenda de campanha na cidade. A Aeronáutica informou em nota que o avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá, também no litoral. "Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave", informou.

Além de Campos, outras 6 pessoas estavam na aeronave: Alexandre Severo Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor; Geraldo Magela Barbosa da Cunha, piloto; Marcos Martins, piloto; Pedro Valadares Neto e Marcelo de Oliveira Lyra. A Polícia Federal (PF) enviou seis peritos para Santos a fim de trabalhar na apuração da causa do acidente. Aeronáutica e Polícia Civil também investigam o caso.

Investigação

Técnicos da Aeronáutica estiveram no dia 20 de agosto no local onde foram feitas as imagens que mostram a queda do avião, em Santos. As imagens foram obtidas com exclusividade pela TV Tribuna, afiliada da TV Globo. A gravação foi repassada aos peritos, que conversaram com quem estava no local no dia do acidente. As imagens do sistema de monitoramento foram feitas de um estande de vendas deu m prédio em construção.

A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela investigação do acidente aéreo afirmou que já foram extraídas e analisadas por quatro técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) as duas horas de áudio da caixa-preta do jato que conduzia o ex-governador pernambucano para o litoral paulista. Entretanto, segundo a própria FAB, a gravação da caixa-preta do avião com prefixo PR-AFA não é do voo de Campos e sim de um outro voo realizado dias antes.

Em nota, a Força Aérea afirmou que, até o momento, não é possível determinar a data dos diálogos registrados na caixa-preta encontrada em Santos, em razão de o equipamento não arquivar esse tipo de informação.

A Aeronáutica informou ainda ter constatado que o jato particular em que viajava o ex-governador de Pernambuco estava com o trem de pouso e os flaps recolhidos. O trem de pouso é composto por equipamentos e pneus para permitir a aterrisagem de aeronaves e os flaps são instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões.

Reportagem publicada no dia 19 de agosto no jornal "Folha de S.Paulo" revelou que a Cessna, fabricante do jato Citation 560 XL, o mesmo modelo em que Campos viajava, alertou para o risco de a aeronave mergulhar abruptamente durante procedimento feito em subidas e arremetidas. O procedimento apontado pela fabricante é o recolhimento dos flaps.
G1

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