Em 2010, quando pedia o voto, a confiança e a fé do paraibano, o governador Ricardo Coutinho não economizou nas promessas. Fez quarenta delas. Cito algumas:
- Construir 40 mil unidades habitacionais.
- Reduzir, em seis meses, os índices de violência no estado.
- Construir uma maternidade em cada um dos 223 municípios paraibanos.
- Desonerar a carga tributária estadual.
- Ampliar os quadros da segurança pública.
- Construir novos campus da UEPB.
- Aumentar a oferta de vagas nas escolas e leitos nos hospitais.
- Realizar 40 anos em 4, acelerando o desenvolvimento da Paraíba.
Ricardo conseguiu o que queria: conquistou o voto, a confiança e a fé do eleitor paraibano. Na reta final de seu mandato, porém, ele mostra que não fez por merecê-los.
Das 40 mil casas prometidas, pouco mais de 5 mil efetivamente viraram tijolo, cimento e cal.
Já no campo da segurança pública, Ricardo conseguiu grandes feitos. Só que na contramão do que deseja a população. João Pessoa se transformou na nona capital mais violenta do mundo. É a segunda do ranking nacional, seguida pelo restante da Paraíba, que figura em terceiro lugar neste pódio sanguinolento.
Como o governo permitiu isso?
Ao invés de investir em ações com potencial de controlar as estatísticas ascendentes de violência, desativou os postos de fiscalização policial, potencializando a inserção da Paraíba na rota do narcotráfico.
Mais: Ricardo começou e termina seu mandato em pé de guerra com as tropas. Não sem razão, o efetivo encolheu – afugentado por políticas salariais que colocam a remuneração do policial paraibano entre as piores pagas na região Nordeste. Até mesmo o adicional de risco de vida foi subtraído dos contracheques dos efetivos de segurança.
O resultado? Somente nos dois primeiros anos do atual governo, 1.267 policiais saíram dos quadros do Estado. A evasão continuou em 2013, com a saída de mais 600 integrantes. Dados do Ministério da Justiça apontam que a Paraíba possui o quinto menor efetivo de policiais militares do Nordeste. No Estado, há um policial para cada grupo de 391 moradores.
A falta de policial acrescenta outro déficit: o da saúde. A promessa feita no guia eleitoral do socialista, prevendo a instalação de uma maternidade em cada município paraibano, continua no papel. Pelo menos 117 cidades ainda não possuem maternidades, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), enviados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Entre as 106 cidades que integram a rede de obstetrícia, 41 não possuem leitos cirúrgicos, sendo a paciente remanejada para outro município.
O principal hospital do Estado – o Trauma de João Pessoa – foi entregue à Cruz Vermelha. Na verdade, uma versão laranja da instituição que é referência no mundo. A cruz que se carrega na Paraíba tem o nome manchado por vários escândalos de corrupção. A despeito disso, a instituição mereceu receitas triplicadas – saiu da casa dos R$ quatro milhões mensais para patamar próximo dos R$ dez milhões mensais – e um ostentoso aparato de proteção, incluindo, neste pacote, a proibição de uso de celulares dentro de suas dependências e punição zero para a escandalosa retenção de macas do Samu.
Já a prometida ampliação da oferta de vagas nas salas de aulas, Ricardo respondeu com o fechamento de mais de 200 escolas. A Universidade Estadual da Paraíba também sentiu a mão pesada da atual gestão. Os novos campus jamais viraram realidade. E a autonomia conquistada no passado foi suprimida. Os repasses foram recalculados de acordo com a matemática operada hoje no Palácio da Redenção. E a calculadora de Ricardo Coutinho só subtraiu recursos da UEPB, sob o argumento de que as receitas estavam gordas demais.
As únicas receitas que o socialista jamais aceitou reduzir foram as do governo, negando sistematicamente a desoneração prometida para os setores produtivos. Em alguns momentos, os tribunais tiveram que ser acionados para conter a sofreguidão do atual gestor por taxas e impostos, a exemplo da bitributação enxergada pelo Supremo Tribunal Federal na tentativa do governo de engordar a alíquota do ICMS no e-comercio.
De novo pedindo o voto, a confiança e a fé do leitor, Ricardo tenta sair por uma tangente pouco recomendada em tempos de registros virtuais: negar que tenha prometido tanto para não assumir que cumpriu tão pouco.
O povo tem memória. E mesmo se não tivesse, os youtubes da webvida fariam o trabalho por nós, disponibilizando vídeos como os acessáveis nos links abaixo.
Eles são registros eternos de que, em 2010, Ricardo nos contou 40 grandes mentiras.
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