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Em entrevista à imprensa nacional, o senador Vital do Rego (PMDB) confirmou publicamente pela primeira vez sua insatisfação com a presidente Dilma Rousseff que lhe ofereceu o Ministério do Turismo.

Ele disse nesta terça-feira (11) que já transmitiu ao Palácio do Planalto sua decisão de não aceitar o comando da pasta para evitar que a crise PT-PMDB se torne maior. Vital disse que seria “instrumento de cisão” ao assumir um ministério que é da cota do PMDB da Câmara.

O parlamentar criticou a postura da presidente Dilma Rousseff de isolar o líder do PMDB da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se tornou porta-voz dos insatisfeitos com o Palácio do Planalto. O senador afirmou que o líder expressa posições como representante de uma bancada, por isso a solução para a crise não passa pelo seu isolamento.

Vital disse esperar que a relação de apoio da bancada com o Planalto seja mantida. “O Senado deu à presidente Dilma equilíbrio e governança. O que era turvo no governo Lula, virou água limpa na relação com o Senado, sem marolas. Mas o PMDB é um só. Nessa condição, desejo dar minha ajuda nesse processo da Câmara”, afirmou.

O senador falou também que a disposição de Dilma é manter a boa relação com o PMDB do Senado e “restabelecer” seus laços com a bancada da Câmara. “O sentimento nas reuniões da presidente com o PMDB ontem era de superação dessas turbulências”, afirmou.

Numa estratégia para acalmar Vital e o PMDB do Senado, o Planalto intermediou acordo para o PT apoiar a candidatura do irmão do senador ao governo da Paraíba, Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). O senador disse que está “satisfeito” com o apoio porque considera mais importante neste momento discutir as alianças regionais do PT com o PMDB.

“É uma aliança natural formada desde o governo Lula. A Paraíba teve o primeiro governador do PMDB a apoiar o ex-presidente.”

Na prática, o apoio a Veneziano acalma Vital e evita que o PMDB do Senado, até então neutro na relação com Dilma, também adote postura de rompimento no apoio ao governo no Congresso.

O senador disse que seria “falso” ao afirmar que não sente mágoa do Planalto por ter deixado seu nome exposto há seis meses em meio às discussões da reforma ministerial, mas que atravessou uma “maratona” com o apoio do partido.

“Nesse processo de exposição desde que fui indicado para a Integração, é como se eu tivesse enfrentado uma maratona que, com o apoio dos companheiros, a gente atravessou. A saída foi dada por mim ao não aceitar o Ministério do Turismo. E por tudo que represento na Comissão de Constituição e Justiça do Senado”, afirmou o senador, que é presidente da CCJ.

Há seis meses, o PMDB indicou Vital para assumir o Ministério da Integração Nacional. Dilma não aceitou a indicação e, há duas semanas, apresentou como solução nomear Vital para o Turismo –pasta que é controlada pelo PMDB da Câmara.

Blog do Gordinho com Folha de S.Paulo