Em documento inédito, papa Francisco antecipa “reforma profunda” daIgreja Católica e defende a descentralização da Cúria Romana.
O Papa Francisco apresenta a maior reforma do Vaticano em 50 anos. Em documento, ele fala da necessidade de retornar aos ensinamentos essenciais de Jesus Cristo. Foi divulgadoontem (26.11.2013) um documento no qual delineia a missão de seu pontificado, detalhando como a Igreja Católica e o próprio papado deve ser reformado para criar uma instituição mais missionária e misericordiosa, com atenção especial aos pobres. O texto – uma espécie de programa do pontificado – é oprimeiro exclusivamente escrito por Francisco e foi visto como uma proposta de grandes mudanças.
“Deus nos livre de uma Igreja mundana sob cortinas espirituais ou pastorais”,afirma o papa no documento. A linguagem ousada de Francisco e o apelo à reforma podem surpreender mesmo aqueles acostumados com seu estilo nada convencional, marcando uma ruptura brusca com Bento XVI.
“Nem todo mundo vai gostar deste documento, porque é um desafio ferozao status quo”afirmou à CNN o reverendo James Martinautor e padreJesuíta. No texto de 79 páginas, o pontífice argentino defende a renovação da Igreja Católica Romana e ataca o capitalismo irrestrito como “uma nova tirania” instigando líderes globais a combaterem a pobreza e desigualdade social. “A economia (da exclusão) mata, diz o documento. De acordo com o correspondente da BBC em Roma David Willey, o documento sugere que grandes mudanças estão a caminho, com um programa ambicioso que tenta reacender o caráter missionário da Igreja. “A atividade missionáriaainda é o maior desafio para a Igreja e a causa missionária deve ser a primeira”, diz o documento.”É vital que a Igreja anuncie o Evangelho a todos, em todos os lugares, o tempo todo, sem demora, e sem medo.
O documento, no entanto, reitera a oposição da Igreja ao aborto e à ordenação de sacerdotes mulheres, dizendo que esta “não é uma questãoaberta para discussão”,mas defendeque mulheres devam ter mais influência na liderança da Igreja.“MUDANÇAS”– Chamado de” EvangeliiGaudium” (A Alegria do Evangelho), o documento é apresentado em estilo de pregação simples e acolhedora. Francisco afirma que a renovação da Igreja não pode ser adiada e que o VATICANO e sua hierarquia arraigada “também precisam ouvir o apelo à conversão pastoral”. O papapede uma igreja com vocação missionária, não obcecada“a doutrina moral”.
O “Evangelii Gaudium”é, sobretudo um chamado ao resgate da mensagem essencial do cristianismo. Ele defende uma Igreja que seja consciente de que os “preceitos dados por Cristo são pouquíssimos”, e que não tenha medo de revisar costumes e normas que foram adotadas ao longo dos séculos. No site da Santa Sé. É possível ler na íntegra a Exortação Apostólica em cinco línguas: inglês, espanhol, alemão, francês e italiano.
O papa Francisco indica plano de reforma da Igreja. No documento Exortação Apostólicadivulgada pela mídia (26.11.2013) o papa critica a “economia de exclusão”e o comodismo da Igreja. O texto orientará a postura do Vaticano nos próximos anos. A Igreja deve chegar a todos, mas, sobretudo, aos pobres e aos enfermos, a aqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos. A atividade missionária é o paradigma de toda obra da Igreja. A pastoral exige abandono do confortável critério pastoral do “nós sempre fizemos assim”. Convido a todos a serem audaciosos e criativos de repensar os objetivos, as estruturas os estilos e os métodos.
Pedindo uma “revolução ternura”, o papa critica aqueles (religiosos) que se sentem superior aos outros e que apenas fazer obras de caridade não seria suficiente. O papa também ataca os sacerdotes que em vez de evangelizar, classificam os outros, adotando certo estilo católico próprio do passado.O papa Francisco aborda questões polêmicas, como críticas ao mercado e ao sistema econômico que, na sua avaliação, é “injusto em suas raízes” e valoriza a lei do mais forte.Nesse mercado, segundo ele, imperam a especulação financeira, uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta, que sacrificam os excluídos. Na opinião do diretor da Faculdadede Teologia da PUC-SP, Valeriano Santos Costa, Francisco traça uma linha clara sobre suas visões a respeito da Igreja. “Faz-me pensar que é um novo tempo para a Igreja, seja na linha da evangelização, seja na linha das reformas e pode dar o tom de uma aguardada encíclica de Francisco”.
Mulheres
O papa Francisco não concede às mulheres a possibilidade de sacerdócio, mas considera “que elas devem ter um maior espaço e uma presença mais incisiva” na Igreja Católica. O Sumo Pontífice assegura que “aIgreja Católica reconhece a indispensável contribuição da mulher na sociedade”.
Texto de Geraldo Vital- Fontes: O Tempo-MG – Folha de São Paulo – VEJA e Wikipédia Livre
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