quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Quatro ministros aceitam recursos que reabrem julgamento; Fux e Barbosa rejeitam

Réus que obtiveram quatro votos pela absolvição em algum crime poderão pedir um novo julgamento.

A ssesão do julgamento dos recursos do mensalão desta quarta-feira (11) foi encerrada no STF (Supremo Tribunal Federal) por volta das 18h20 com um placar favorável à admissão dos chamados embargos infringentes: 4 contra 2. Se aceito, esse tipo de recurso poderá reabrir o julgamento de 12 réus. 
O julgamento continua nesta quinta (12), com o voto de mais cinco ministros.
Os ministros Dias Toffoli, Rosa Weber, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso votaram pelo acolhimento dos recursos. Já os ministros Luiz Fux e Joaquim Barbosa, que é relator do processo e presidente do Supremo, votaram contra.
A discussão em questão se refere à validade ou não do artigo 333 do regimento interno do STF, que prevê os embargos infringentes. Enquanto os favoráveis a esse tipo de recurso dizem que o regimento tem força de lei, os contrários afirmam que a lei 8.038, de 1990, tornou nulo o regimento da Corte.
Para Fux, o artigo 333 perdeu a validade com a aprovação da lei de 1990. "Com o advento de leis ordinárias, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o regimento foi revogado", afirmou.
Fux disse também que um novo julgamento desqualificaria o primeiro. "O rejulgamento da matéria seria como se sua primeira manifestação tivesse sido um ensaio para um pretenso posterior julgamento definitivo", afirmou. "O segundo julgamento é melhor?", questionou.
Para Fux, um segundo julgamento dos réus não teria serventia e resultaria na extensão do processo. "Um dos seus efeitos deletérios ao Judiciário é o descrédito gerado por delongas [nos processos]", disse. "O Brasil padece de uma moléstia gravíssima que é a prodigalidade recursal."
Um dos argumentos daqueles que defendem a admissão dos embargos infringentes é que os condenados pelo STF têm direito a outro julgamento, o chamado segundo grau de jurisdição. Para Fux, porém, o argumento não cabe ao caso em questão porque o Supremo é a mais alta Corte do país. "Não se pode alçar um segundo grau de jurisdição a um patamar em que ele não é lícito", afirmou Fux.
O ministro citou ainda jurisprudência da Corte Europeia de Direitos Humanos que definiu que o duplo grau de jurisdição perde sentido quando o réu foi julgado pela Suprema Corte.

UOL
WSCOM Online

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