Cientistas divulgaram que uma vacina experimental contra a aids conseguiu livrar um grupo de animais do vírus da imunodeficiência símia (SIV, similar à “versão” humana, o HIV). Além disso, o resultado se mostrou persistente: alguns dos animais já estão há três anos sem sinais do SIV e isso, afirmam os cientistas, pode persistir por toda a vida deles. O estudo foi divulgado na revista especializada Nature.
Os cientistas usaram uma versão mais agressiva do SIV para infectar um grupo de macacos-rhesus. Após a doença se manifestar, os animais foram vacinados e metade deles não teve melhoras, mas os demais foram “curados funcionalmente”, ou seja, não têm traços detectáveis do vírus no corpo.
Estudo
Picker explica que as demais vacinas não persistem no corpo e a quantidade de “tropas” anti-SIV diminui. O problema com o HIV e o seu “irmão” símio é que esses vírus mantêm “reservas” que se manifestam após o sistema imunológico voltar ao normal. “Resumindo, essa habilidade de manter células T efetoras anti-SIV em alta frequência é o porquê de o vetor CMV ter extraído respostas imunológicas e ter uma habilidade única de ‘limpar’ um vírus causador da aids.”
Apesar de metade dos macacos ter sido considerada curada funcionalmente, o cientista afirma que isso pode ser devido ao uso de um vírus mais potente no estudo. “Nós usamos um SIV que causa aids em macacos em entre um e dois anos de infecção - enquanto infecções não tratadas de HIV levam cerca de 10 ou 11 anos. As características deste vírus (chamado de SIVmac239) são muito similares ao HIV, exceto por sua maior agressividade.”
Os cientistas concluem que o uso do CMV é um forte candidato para desenvolver uma vacina definitiva para a aids. “Em suma, a habilidade dos vetores de CMV de implementar vigilância antipatogênica imune contínua, a longo prazo e potente faz deles candidatos promissores para estratégias de vacina que pretendem prevenir e curar HIV/aids assim como outras infecções crônicas”, diz o artigo assinado por Picker e colegas.
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