O sistema penitenciário da Paraíba vai entrar para a história do país na próxima sexta-feira (9). Pela primeira vez no Brasil, um campus universitário vai funcionar dentro de um presídio, com a inauguração oficial do Campus Avançado do Serrotão, fruto da parceria entre a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A solenidade de inauguração começa às 9h.
De acordo com o secretário da Seap, Wallber Virgolino, trata-se de mais uma iniciativa que visa promover a ressocialização de detentos através da educação. “É sem dúvida uma medida pioneira, em lugar nenhum do Brasil encontramos iniciativa semelhante. A Paraíba segue com a política de manter a ordem e a disciplina nas unidades prisionais, porém não medindo esforços para promover a ressocialização. Se a educação é a base de tudo, ela será também a da reinserção social das pessoas que cumprem pena”, disse Wallber.
O Campus Avançado do Serrotão conta com oito salas de aula e um auditório, onde são realizados cursos, palestras e atividades culturais para os reeducandos. O projeto inclui um escritório modelo, unidade em que estagiários do curso de Direito revisam os processos de todos os detentos, auxiliando o setor jurídico da penitenciária. “Isso evita que apenados passem mais tempo na prisão, além do prazo estipulado pela Justiça para cumprimento de sua pena”, explicou Virgolino.
O espaço para leitura já está pronto. Ele conta com mais de 300 livros cedidos pela Secretaria de Estado da Educação, com a oferta de gêneros diversificados. Na Penitenciária Regional Raymundo Asfora (Serrotão) já funciona o projeto “Biblioteca Itinerante”, que leva os livros até as celas. “O apenado que quer obter um livro para a leitura tem que fazer um cadastro e seguir o prazo de entrega do material. Cerca de 120 presos já se inscreveram no projeto”, disse o diretor da unidade, Manoel Eudes Osório.
A universidade dentro do sistema prisional também contempla o Presídio Feminino, que está incluído no complexo penitenciário do Serrotão. A estrutura montada na unidade onde as mulheres cumprem pena oferece salas de aula, local para oficinas e berçário. Nos últimos meses, as reeducandas tiveram cursos de beleza, cozinha, confecção de bonecas, entre outras atividades.
Secom
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