Todos os doze deputados federais da Paraíba estiveram presentes na sessão realizada na Câmara e que envergonhou o Brasil esta semana. A bancada paraibana está na lista dos parlamentares que votaram secretamente na proposta de cassação de Natan Donadon, parlamentar que está preso sob a acusação de formação de quadrilha e crime de peculato – roubo do dinheiro público – e que foi condenado a 13 anos de prisão. No entanto, dos doze representantes paraibanos apenas três se pronunciaram e anunciaram que votaram “sim”, pela cassação de Donadon. Os outros nove permanecem em silêncio.
Como a votação para a cassação de parlamentar ainda é algo feito secretamente, a população fica sem saber quais de seus representantes teve a coragem de se levantar contra a vergonhosa decisão do Congresso. A opinião pública continua, portanto, sem saber quais foram os deputados federais paraibanos que foram contrários a manutenção do mandato de Natan Donadon, que saiu do presídio para acompanhar pessoalmente a votação que deliberava sobre a sua permanência na Casa.
Até agora se pronunciaram os deputados Benjamim Maranhão (PMDB), Efraim Filho (DEM) e Ruy Carneiro (PSDB). O peemedebista foi o primeiro a esclarecer o seu voto. Pela rede social (twitter) ele fez questão de demonstrar qual foi a sua decisão.
“Tenho recebido alguns questionamentos a respeito da não cassação do deputado federal Natan Donadon. Quero aqui expor a minha posição. Votei sim, pela cassação do deputado. Não tenho nada contra a pessoa de Donadon, mas não cabe à Câmara uma sentença judicial. Informo ainda que, na Comissão de Constituição, também votei pela cassação”, explicou Benjamim.
A reação contrária ao escárnio feito contra a população brasileira também veio de Efraim Filho. “Depois da absurda decisão que afunda por inteiro a credibilidade da Câmara, A PEC do voto aberto tem de ser prioridade absoluta. A quem interessava abrir caminho para o caso dos mensaleiros foi um tiro no pé diante da justa revolta da população. Defendo a obstrução total das votações na Câmara. Não se vota nada no Congresso até aprovar a PEC do Voto Aberto. Caso contrário, corremos o sério risco de ver o absurdo se repetir no caso dos mensaleiros.” concluiu Efraim Filho.
Ruy Carneiro foi outro representante paraibano que se manifestou sobre a indecência ocorrida no Congresso Nacional. “A decisão provocou um grande constrangimento a Casa. É inadmissível permanecer dessa forma. Isso nos envergonha e diminui a importância da representação política. Precisamos acabar com o voto secreto para impedir decisões absurdas como essa”, desabafou Ruy.
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