O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta quarta-feira (28) que o Brasil "devolva" o senador oposicionista Roger Pinto Molina à Justiça boliviana, para "contribuir com a luta contra a corrupção".
"É importante devolver Roger Pinto à Justiça boliviana e que ele seja julgado como qualquer autoridade que esteja envolvida em casos de corrupção", disse Morales em entrevista.
O presidente boliviano afirmou que é importante que o Brasil explique como ocorreu a fuga do senador, que estava refugiado na embaixada brasileira na Bolívia, em La Paz.
Foi a primeira referência direta de Evo Morales sobre a crise diplomática.
"É importante que o governo do Brasil explique o motivo dessa operação, e estamos esperando uma resposta oficial à nota diplomática mandada pela chancelaria boliviana" à embaixada do Brasil no país, disse.
Ele também lamentou o uso indevido de veículos diplomáticos que facilitaram a fuga do senador.
'Na fronteira'
'Eu poria esse corrupto na fronteira", declarou Morales, argumentando que é o que faria se a Bolívia se encontrasse diante um caso parecido.
'Eu poria esse corrupto na fronteira", declarou Morales, argumentando que é o que faria se a Bolívia se encontrasse diante um caso parecido.
"Na luta contra a corrupção, é preciso tomar decisões políticas", disse.
Ele insistiu na versão de que o senador oposicionista não é um perseguido político e que sua fuga é uma prova de que é um "delinquente confesso".
O presidente pediu ao Brasil que cumpra os acordos internacionais em termos de asilo e anunciou que sua equipe jurídica analisará seriamente o tema do desrespeito a esses acordos.
O governo boliviano assegura que Pinto atualmente é um "foragido da justiça".
Mas ele garantiu que o senador tem todas as garantias para assumir sua defesa em território boliviano.
'Grupos conservadores'
Morales denunciou a suposta ação de "grupos conservadores" brasileiros que "querem criar enfrentamento entre a Bolívia e o governo brasileiro.
Morales denunciou a suposta ação de "grupos conservadores" brasileiros que "querem criar enfrentamento entre a Bolívia e o governo brasileiro.
"Querem criar desconfiança", disse.
Mas, segundo o presidente boliviano, o "grau de confiança" que existe entre os dois países vai fazer com que os assuntos sejam resolvidos "oportunamente".
Sobre a versão de que a saída de Pinto ocorreu porque sua vida corria risco na embaixada, Morales disse que Pinto nunca esteve em perigo e podia se mover pelo país, mas não deixá-lo.
O senador nega as acusações e afirma que sofre perseguição política.
Relatório
Enquanto isso, o governo da Bolívia aguarda um relatório oficial do Brasil sobre a fuga do senador, para então decidir que providências tomará.
Enquanto isso, o governo da Bolívia aguarda um relatório oficial do Brasil sobre a fuga do senador, para então decidir que providências tomará.
"O governo boliviano vai esperar pela resposta que o Estado brasileiro tem a nos dar antes de tomar qualquer atitude", declarou o embaixador boliviano em Brasília, Xerxes Justiniano, ao canal de televisão estatal.
"Quando nós, como Estado, soubermos oficialmente o resultado da posição do governo brasileiro, vamos agir em conformidade", afirmou o diplomata boliviano.
Justiniano informou que fez "uma solicitação ao embaixador Antônio Simões (subsecretário para as Américas e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil) para ser informado, por escrito, da resposta oficial do Estado em relação ao pedido de esclarecimento que foi feito".
Nenhum comentário :
Postar um comentário