O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, na noite de quinta-feira no programa do Ratinho, sair novamente candidato a presidente da República apenas no caso de a atual ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, não ter interesse de concorrer nas próximas eleições. De acordo com o político, ele jamais permitiria que "um tucano voltasse". "A única hipótese de eu ser candidato é se a presidenta Dilma não quiser. Não vou permitir que um tucano volte a ser presidente do Brasil", disse.
Convidado do Programa do Ratinho, no SBT, Lula foi pela primeira vez a uma televisão para ser entrevistado após superar o câncer na laringe. Ele mencionou, rapidamente, a polêmica em que foi envolvido após declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que afirmou a uma revista que Lula teria feito pressão para um julgamento parcial do escândalo do mensalão.
"Quem inventou esta história vai ter que acreditar nela. O tempo se encarrega de acomodar as coisas", disse.
Questionado sobre os problemas na saúde pública pelo apresentador, o ex-metalúrgico os atribuiu ao fim da CPMF. Lula lamentou que a bancada de oposição ao seu governo no Congresso Nacional tenha retirado o imposto sobre operações financeiras, que ficou conhecido como "imposto do cheque", e servia para financiar a Saúde. O ex-presidente disse que os parlamentares lhe "tiraram R$ 40 bilhões" por "vingança". "Me tiraram a CPMF, que é um imposto de rico, por vingança. Achavam que estavam me atacando, mas estavam atacando o povo brasileiro", disse Lula.
Em tom descontraído, o programa teve afagos constantes entre Lula e Carlos Massa, conhecido como Ratinho. "Sempre fui admirador dele, desde 1982. Vamos trabalhar em televisão", brincou Ratinho. "Muita gente estranha por que (conceder a primeira entrevista) no Ratinho e eu digo: 'porque já comi rabada na casa do Ratinho e porque ele comeu rabada na granja do Torto'. Somos amigos. Amizade não tem preço", disse Lula.
Antes da chegada do ex-presidente, Ratinho afirmou que ele não passaria por perguntas constrangedoras. "O presidente é convidado deste programa, ele não é mais presidente, não tem que ser cobrado por nada", disse.
Lula foi acompanhado por aliados, como o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), e pelo ex-ministro da Educação e pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. "Eu achava que era o momento de apresentar uma coisa nova para a cidade", disse o ex-presidente, perguntado sobre por que havia escolhido Haddad para a campanha.
Fonte: JBonline
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