segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pressão arterial alta prejudica funcionamento do cérebro

Pessoas com hipertensão nas artérias aorta e carótidas tiveram pior processamento visual e pensamento mais lento

A pressão arterial elevada, particularmente nas artérias que fornecem sangue para a cabeça e pescoço, pode estar relacionada com o declínio da capacidade cognitiva, de acordo com um novo estudo da Swinburne University, na Austrália.
Os resultados mostraram que pessoas com hipertensão nas artérias centrais, incluindo aorta e as artérias carótidas no pescoço, tiveram um desempenho pior em testes de processamento visual, e tiveram o pensamento mais lento e piores habilidades de reconhecimento.
Segundo os pesquisadores, normalmente as medidas de pressão arterial são tomadas a partir da artéria braquial no braço, mas olhar para a saúde das artérias centrais pode ser uma maneira mais sensível de avaliar as capacidades cognitivas.
As artérias centrais são flexíveis, expandindo e contraindo para manter constante o fluxo de sangue para o cérebro. Na medida em que as pessoas envelhecem, as artérias centrais endurecem, e com menor elasticidade, o cérebro recebe o sangue em uma pressão mais alta, o que pode danificar a cognição.
No estudo, a equipe analisou se a associação entre pressão arterial e cognição foi mais forte para medições feitas no braço ou nas artérias centrais.
Os pesquisadores examinaram 493 australianos com idades entre 20 e 82 anos. Os participantes eram, na maioria, brancos, e todos eram não fumantes sem histórico de acidente vascular cerebral ou demência.
Os participantes do estudo realizaram tarefas para medir vários tipos de conhecimento, tais como o processamento visual, memória de trabalho, habilidades de reconhecimento e velocidade de processamento. Os pesquisadores também tomaram medidas de pressão arterial do braço e das artérias centrais.
A equipe descobriu que a pressão arterial braquial elevada foi associada a pior desempenho no teste de processamento visual, mas que a hipertensão nas artérias centrais foi correlacionada com pior desempenho em vários testes, incluindo processamento, reconhecimento e velocidade de processamento visual.
De acordo com os pesquisadores, isto sugere que a pressão arterial central é um indicador mais sensível do envelhecimento cognitivo.
A equipe agora pretende avaliar se a redução da pressão arterial central, o que pode ser feito por mudanças de hábitos como parar de fumar, fazer exercício físico regular ou limitar a ingestão de sal, pode proteger as pessoas contra a deterioração mental.

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