sábado, 29 de junho de 2013

Deputada paraibana perseguida no regime militar depõe na Comissão Estadual da Verdade

Deputada paraibana  perseguida no regime militar depõe na Comissão Estadual da Verdade
Dezenas de pessoas lotaram o auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Paraíba, em João Pessoa, para assistir,  o depoimento da deputada federal, Jô Moraes, à Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba.

A ex-presidente do Diretório Acadêmico de Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba prestou um depoimento que emocionou muitas pessoas, incluindo familiares e amigos da época da faculdade e da militância estudantil, no final dos anos 1960 e início dos anos 1970.

A paraibana, nascida em Cabedelo, foi presa duas vezes por agentes da ditadura militar. Teve seus direitos políticos cassados por dez anos e viveu na clandestinidade, tendo que mudar de identidade e de endereço várias vezes. O depoimento foi gravado e vai ser disponibilizado à Comissão Nacional da Verdade (CNV).

A parlamentar destacou que a Comissão Nacional da Verdade e as Comissões Estaduais iniciaram um ousado desafio que começa a se impor como uma necessidade histórica. “Resgatar os acontecimentos daquele período tão autoritário é recuperar a pedagogia da liberdade”, declarou. Ela acrescentou que o Brasil já viveu muitos ciclos de autoritarismo desde a sua construção. “Então é fundamental que a construção da consciência dos direitos civis seja posta”.

O representante da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Márcio Kameoka, afirmou que um dos objetivos da Comissão Nacional é de se aproximar das vítimas sobreviventes, familiares de mortos e desaparecidos políticos. Ele acrescentou que o site da CNV (www.cnv.gov.br) dispõe de um formulário para que as pessoas possam colaborar com os trabalhos.


O depoimento contou com a participação de estudantes, professores, e da secretária de Estado da Comunicação Institucional, Estela Bezerra. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Comissão Estadual da Verdade, professor Paulo Giovane Nunes. Após o depoimento, a deputada Jô Moraes respondeu às perguntas dos integrantes da Comissão Estadual e de algumas pessoas que participaram da audiência.

Jô Moraes foi presa, pela primeira vez, durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo, junto com 800 jovens que tentavam realizar o evento sem a permissão dos militares. A segunda prisão aconteceu no Recife, quando distribuiu panfletos contra o Ato Institucional número 5, o AI-5, que cerceava a liberdade política.

Em 1972, Jô Moraes ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Atuou nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, na organização do partido. Em Minas Gerais foi vereadora, deputada estadual e é deputada federal pelo estado, desde 2006, tendo sido reeleita em 2010. Integra várias comissões na Câmara dos Deputados.


Secom PB

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