O projeto de um novo produto desenvolvido com a pretensão de impedir estupros levantou, nas últimas semanas, milhares de dólares em doações e gerou polêmica entre feministas nos Estados Unidos. Trata-se de uma calcinha. O protótipo da peça, feita de um tecido altamente resistente, cuja trama não pode ser rompida por lâminas e tesouras, inclui uma espécie de cadeado acoplado à cintura.
A roupa íntima dispensa chaves, mas só pode ser retirada do corpo pela própria usuária, por meio de um segredo que precisa ser memorizado. Se a dona esquecê-lo, pode ficar em apuros quando precisar ir ao banheiro. A linha inclui itens de vestuário esportivo e modelos com design que lembra calcinhas comuns. A ideia é dificultar o crime e dar mais tempo para a chegada de socorro.
Chamado de AR Wear (as iniciais são para “anti-estupro” em inglês), o protótipo foi apresentado no Indiegogo, site que lista negócios empreendedores em busca de financiamento coletivo. Já levantou mais de US$ 40 mil (R$ 92 mil) e dezenas de críticas de feministas na mídia local. Segundo os idealizadores, os recursos serão investidos em produção e tecnologia. Os primeiros modelos devem ficar prontos em julho.
A AR Wear responde que não pretende atribuir à mulher a responsabilidade de evitar o crime. “O único responsável pelo estupro é o estuprador. O produto só oferece mais uma ferramenta de defesa”. O item é recomendado em situações como festas, em que a mulher pode se tornar vulnerável por embriaguez, e viagens a países desconhecidos. Evitando emitir sugestões sobre como a vítima deve proceder se o agressor estiver armado, a AR Wear diz estar ciente de que sua ideia não será capaz de atingir uma solução universal para o problema.
Redação com Folha de São Paulo
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