sábado, 9 de fevereiro de 2013

Governo Dilma repete erros do passado, atrás de crescimento


Governo Dilma repete erros do passado, atrás de crescimento
 Em uma de suas célebres tiradas antiestatais, o economista americano Milton Friedman disse que governos nunca aprendem — apenas os indivíduos aprendem. Por trás da frase está a percepção de que, se a sociedade não fiscaliza, governos logo se sentirão tentados a repetir erros do passado.

Pode-se discutir eternamente se Friedman tinha ou não razão — mas o governo brasileiro teima em provar que ele estava certo. Dilma Rousseff e sua equipe têm repetido algumas das piores experiências vividas pelo país no campo econômico. A lista inclui intervenções, controle de preços e dribles no orçamento. Como se sabe, é o tipo de coisa que não acaba nada bem.

O exemplo mais gritante é o conjunto de iniciativas para tentar conter os preços. Desde 2010, para ajudar a segurar a inflação abaixo de 6,5% ao ano, teto da meta perseguida pelo Banco Central, os preços da gasolina e do diesel são mantidos à base de congelamento e redução de tributo — e de prejuízo para a Petrobras.

Há algumas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, evitou o reajuste das tarifas de ônibus e metrô em São Paulo e no Rio de Janeiro pedindo a autoridades locais que adiassem o aumento. O objetivo foi conter a inflação de janeiro para não "contaminar as expectativas" de 2013. Mas segurar a inflação na marra ou na base do jeitinho nunca deu certo. Nem a pena de morte funciona.

No ano 301, preocupado com a desvalorização do denário, o imperador romano Diocleciano criou o Édito dos Preços Máximos, listando o valor de produtos, salários e serviços. Um professor de latim ou grego não poderia cobrar mais que 200 denários por mês de um aluno. Se passasse disso, corria o risco de ser atirado de um precipício ou afogado.

No Brasil do século 20, diversos governos tentaram impedir a escalada de preços à força. Uma das iniciativas mais esdrúxulas foi a criação do Conselho Interministerial de Preços, em 1968. Empresas levavam planilhas ao CIP para convencer os técnicos do governo a permitir um rea­juste. Nenhuma das medidas jamais deu resultado consistente.

Exame

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