O Dia Mundial sem Cigarro, que acontece hoje, 31, será lembrado em Campina Grande com atividades realizadas pela GEVISA (Gerência de Vigilância Sanitária) da Prefeitura de Campina Grande e que começam às 6h30 da manhã no Terminal de Integração, onde os profissionais estarão fazendo a distribuição com a população de panfletos que alertam sobre os males provocados pelo tabagismo. À tarde, a partir das 15h, no teatro Rosil Cavalcante, um grupo de jovens do município de Pocinhos fará a apresentação do espetáculo infantil “Gangue do Nicotínico – O teatro nunca foi tão perigoso”. O espetáculo tem como principal alvo as crianças, para começar a alertá-las desde cedo sobre os danos causados à saúde pelo cigarro, explicou o gerente da Vigilância Sanitária.
Rotineiramente, a Vigilância Sanitária realiza fiscalização em ambientes fechados, onde de acordo com a lei federal nº. 9.294/96, o fumo é proibido. Somente neste ano, já foram realizadas, atendendo a solicitações do Ministério Público, aproximadamente 30 visitas alocais para verificar o cumprimento da lei. A Vigilância Sanitária também realiza, durante inspeções de rotina ou ações específicas, apreensões de cigarros irregulares ou que não possuam informações adequadas, contrariando as exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O cigarro é composto por 4.719 substâncias tóxicas, sendo 3.550 provenientes da própria folha do tabaco e 600 adicionadas pela indústria. O restante é resultado da transformação desses componentes em outros, a partir do momento em que o cigarro é aceso. Esses componentes agridem o organismo e a partir daí podem gerar doenças coronarianas, como angina e infarto do miocárdio, doença pulmonar obstrutiva crônica (bronquite e enfisema pulmonar), e doença cerebrovascular (derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral).
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o fumo aumenta substancialmente as chances de câncer de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado. O tabaco também acelera a morte celular e isso leva ao envelhecimento precoce.
Em Campina Grande, somente de janeiro a março deste ano, morreram 18 pessoas vítimas de câncer de pulmão, duas de câncer de esôfago e duas de câncer de laringe, que podem estar diretamente ligadas ao tabagismo.
PMCG oferece tratamento para quem quer deixar de fumar
Das 144 pessoas que ingressaram no Programa de Controle ao Tabagismo da Secretaria Municipal de Saúde no ano passado, 110 delas permaneceram no tratamento, o que representa 76% do total. 34 pessoas desistiram, um percentual de 24%. Ainda em relação aos que continuaram o tratamento, 32 deles não tiveram necessidade de utilizar o tratamento medicamentoso. O tratamento é uma das ações desenvolvidas pelo município no combate ao tabagismo e é oferecido no Centro de Saúde Francisco Pinto, no centro da cidade; Centro de Saúde da Palmeira; Centro de Saúde do Catolé; UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Monte Santo e UBSF Ramadinha II.
Em cada unidade de saúde funciona um grupo com aproximadamente 20 participantes e de acordo com a coordenadora do programa, Maria Gentil Montenegro, outros dois grupos serão implantados no próximo mês, em unidades de saúde localizadas nos bairros de Bodocongó e José Pinheiro. O tratamento para quem quer deixar de fumar tem um ano de duração e inclui reuniões semanais, que passam, no segundo mês, a ser quinzenais, até que sejam realizadas apenas uma vez por mês.
A medicação, que tem como objetivos minimizar os sintomas da síndrome de abstinência, é distribuída gratuitamente e inclui os adesivos transdérmicos, a goma de mascar e o bupropiona. Além do tratamento medicamentoso, as pessoas são acompanhadas por uma equipe formada por médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social e farmacêutico, educador físico e nutricionista.