Mais de 6,5 mil agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal aderiram nesta terça-feira à paralisação proposta pela Federação Nacional dos Policiais Federal (Fenapef) e pelos sindicados da categoria nos 26 Estados e no Distrito Federal. O ato acontece em protesto por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.
"Acreditamos que entre 60% e 70% do efetivo esteja paralisado no dia de hoje. Esse movimento não visa atrapalhar o dia a dia da sociedade. Estão paradas todas as investigações, as delegacias de entorpecentes, fazendária e marítima", afirmou o presidente da Fenapef, Jones Leal. Novas paralisações estão previstas para os dias 25 e 26 de fevereiro.
De acordo com a Federação, a paralisação não atinge, no entanto, serviços como emissão de passaporte, plantão nas delegacias e fiscalização nos aeroportos.
Em Brasília, os agentes estão concentrados em frente ao edifício sede da PF. Em referência ao Dia do Enfermo, os manifestantes usaram máscaras cirúrgicas e um policial foi enrolado com ataduras e deitado em uma maca para receber soro. "A Polícia Federal está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Copa (do Mundo) padrão Fifa, só com Polícia Federal Padrão Fifa", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito
Federal, Flávio Werneck.Em Salvador e Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, os policiais também paralisaram as atividades e cruzaram os braços como forma de protesto em frente à delegacia da PF.
Agentes, escrivães e papiloscopistas afirmam estar tratamento diferenciado em relação a outras categorias do funcionalismo público federal. Segundo eles, enquanto outros servidores receberam de 20% a 30% de reajuste no ano passado, eles tiveram 15,8% de aumento, dividido em três anos.
"O salário é apenas um dos itens que compõe as nossas reivindicações. Na verdade, o que mais atrapalha a situação do policial federal hoje são questões como o assédio moral, falta de efetivo, colegas doentes e falta de gestão no órgão. A nossa pauta com o governo é gigantesca", frisou o presidente da Fenapef.
"O salário é apenas um dos itens que compõe as nossas reivindicações. Na verdade, o que mais atrapalha a situação do policial federal hoje são questões como o assédio moral, falta de efetivo, colegas doentes e falta de gestão no órgão. A nossa pauta com o governo é gigantesca", frisou o presidente da Fenapef.
Jones Leal afirmou haver um "mito" de que os policias federais recebem altos salários. Segundo ele, atualmente, um agente da PF recebe, em média, R$ 5,5 mil líquidos. "É um salário razoável, mas o policial tem o risco de morte, dedicação exclusiva, vai para uma fronteira onde terá que alugar um imóvel e também se distanciar da família", argumenta.
Procurada, a direção da Polícia Federal informou que não vai se manifestar sobre a paralisação. Já o Ministério da Justiça, que na semana passada informou que não tinha gerência sobre questões salariais, enviou nota à Agência Brasil informando que as reivindicações salariais da Polícia Federal são de responsabilidade conjunta das pastas da Justiça e do Planejamento.
Procurada, a direção da Polícia Federal informou que não vai se manifestar sobre a paralisação. Já o Ministério da Justiça, que na semana passada informou que não tinha gerência sobre questões salariais, enviou nota à Agência Brasil informando que as reivindicações salariais da Polícia Federal são de responsabilidade conjunta das pastas da Justiça e do Planejamento.
Terra
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