terça-feira, 2 de junho de 2015

MARKETING POLÍTICO: deputado federal paraibano silencia após ter contratado por R$ 3,5 mil filha de Eduardo Cunha

MARKETING POLÍTICO: deputado federal paraibano silencia após ter contratado por R$ 3,5 mil filha de Eduardo Cunha
Silêncio: esta é a estratégia adotada pelo deputado federal paraibano Hugo Motta (PMDB), presidente da CPI da Petrobras após contratar para o seu gabinete a jovem Danielle Cunha por R$3.500 mensais para cuidar do seu marketing político.

A matéria ganhou destaque no Jornal Folha de São Paulo e diversos veículos de comunicação na Paraíba e até o agora o jovem deputado de Patos não emitiu um pronunciamento público sobre o episódio que evidencia uma ligação umbilical com o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB). Motta que foi procurado por diversas rádios para comentar o assunto, adotou a tática do silencio ante uma reação negativa na sua base eleitoral.

ENTENDA: Filha do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a publicitária Danielle Cunha negocia desde março serviços de marketing político para parlamentares da Casa. E o primeiro cliente é o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado de Cunha.

A assessoria de Motta diz que Danielle presta serviços de comunicação – como análises de discurso – para o deputado, ao custo de R$ 3.500 mensais. Ele diz pagar o trabalho do próprio bolso.

Uma das cinco filhas do peemedebista, a quem chama de Eduardo, Danielle afirma que seu objetivo é investir no trabalho com políticos de olho no mercado eleitoral de 2016. “Tem muita gente que me procura pensando já na campanha de prefeitura. E aí eu entro com diagnóstico.”

Danielle, 28, trabalhou no mercado de cosméticos na área de marketing e toca outras duas empresas de internet: uma faz gerenciamento de redes sociais de artistas (ela não revela os clientes), e a outra oferece serviços de viagem a turistas que querem programação feita por locais.

Foi na campanha do pai à Câmara, em 2014, que ela aderiu ao marketing político. Depois, junto com uma equipe de 20 pessoas, coordenou a comunicação digital da candidatura do pai à presidência da Casa.

Ela diz que passou a ser procurada por parlamentares após a vitória de Cunha, em fevereiro. “Eu brincava: você está puxando meu saco? Porque meu pai já foi eleito.”

Danielle diz negociar com outros parlamentares, mas não revela seus nomes.

Ela afirma não ver conflito de interesses no que faz. “Acho que acaba dando mais trabalho para o meu pai eu estar neste meio.”

Admite que as portas se abriram por ser filha de Cunha, mas diz estar cavando seu espaço. “No começo eu achava que sim [que era procurada por ser filha dele], hoje acho que não. Para eles não é bom me ter como assessora. Qual a imagem que isso passa? O Eduardo colocou a filha para nos vigiar’.”

Ela diz que os parlamentares a procuram para discutir a contratação de serviços como criação de sites e estratégia para redes sociais.

Danielle diz admirar o marqueteiro do PT, João Santana, e que sonha em ser referência na área no país. “Sou ambiciosa como o meu pai. Mas meu pé está no chão, preciso comer muito arroz e feijão.”

E se candidatar? “Nunca diga nunca. Mas gosto muito do bastidor, o que mexe comigo é a estratégia. Meu olho brilha”


PB Agora  

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